Sunday, August 19, 2007

... E MAIS UM DESTAQUE ESPECTACULAR!!!...

«O RESGATE DA TRADIÇÃO DOS BARCOS TÍPICOS»
«Quando se fala em Moita, vêm logo à cabeça três coisas: a tauromaquia, as festas religiosas e, claro, a tradição dos barcos típicos. Esta última tem sido mantida, principalmente, graças ao esforço e dedicação do Centro Náutico Moitense que fornece toda a estrutura e apoio necessário aos canoeiros e fragateiros para que eles mantenham viva a tradição dos seus antepassados.
Trabalhar o presente, preparar o futuro, mas nunca esquecendo o passado”. Com este lema, o Centro Náutico Moitense vem desde 1980, ano da sua fundação, a procurar resgatar a história e a tradição dos barcos típicos no concelho da Moita. “Quando o clube foi fundado em 1980, não havia barcos típicos na vila. Tínhamos só uma canoa e fomos buscá-la ao Montijo. Entretanto, com o nascimento do clube e o aparecimento do barco da Câmara Municipal, houve um entusiasmo e as coisas nunca mais pararam até hoje e, felizmente, tem vindo a desenvolver-se ano após ano e a aumentar na mesma proporção”, conta João Gregório, presidente do clube.
Somente nos últimos três anos, o clube lançou ao mar três barcos típicos, construídos todos com recursos e instalações próprias. Um exemplo da dedicação destes homens foi a construção do Gavião dos Mares, um barco típico de raiz que foi projectado e construído por moradores da vila. Para este ano, está a ser construído um barco ainda maior que deverá navegar já no início do próximo ano. Além da construção, o clube dedica-se também à restauração dos barcos típicos. “Ao mantermos estes barcos tradicionais, estamos a manter uma série de profissões que já não existem, como o carpinteiro naval, o calafate, o ferreiro e o pintor. E, para além disso, estamos a manter também vivos as personagens dos barcos que são os fragateiros e que fazem parte da nossa identidade”, destacou João Gregório.
O clube está ligado às festas da Moita por inerência
Na vertente náutica das festas da Moita, o Centro Náutico promete, para este ano, manter a tradicional noite de fados que acontece no primeiro sábado da festa. Nesta noite os convidados reúnem-se no largo do cais para comerem leitão assado, cantarem fado e prestarem uma homenagem ao fragateiro, principal personagem da festa náutica. Para além da noite de fados, o clube vai promover o Cais Vivo, um projecto que disponibiliza os barcos típicos à população oferecendo passeios gratuitos pela orla da vila durante todo o feriado do município.
Além das festas da Moita, o clube vai realizar, no dia 5 de Outubro, a Regata Real, que vai reunir dezenas de barcos típicos no Tejo num percurso que vai da praia do Gaio Rosário até Belém.
O velho problema do assoreamento do rio
Embora o problema da caldeira e, consequentemente, do assoreamento do rio seja antigo, o Centro Náutico Moitense acredita que, para o ano, a situação será, de facto, resolvida. “Sabemos que as coisas estão a mexer. Sei que há um projecto para a construção de uma muralha com os sítios já definidos, mas as dificuldades são algumas. Entretanto, a Câmara Municipal afirmou-nos que a questão não está esquecida”, relatou o presidente do clube. Para amenizar o problema, o clube construiu, há alguns anos, uma comporta próxima da caldeira e desde então vem assegurando o funcionamento da mesma, o que tem estabilizado o assoreamento do rio. “Isso foi um exemplo prático de que realmente as portas fazem falta para o desassoreamento do braço do rio e não é por acaso que a Câmara Municipal está a manter o braço do canal de Alhos Vedros através do Moinho de Marés”, relembrou João Gregório.
Um olhar para o futuro
Apesar das dificuldades financeiras, inerentes a qualquer colectividade, o Centro Náutico Moitense tem recebido diversos apoios materiais que o permitem manter e desenvolver as suas actividades náuticas, em especial, a restauração e construção dos barcos típicos. “Temos que arregaçar as mangas e apostar nos patrocínios. É evidente que queremos mais apoios monetários, mas os apoios materiais que temos recebido já nos têm ajudado muito”, salientou. Para o ano, o clube pretende mudar para as novas e amplas instalações que terão dois hangares destinados à secção de vela, de canoagem e um hangar específico para a restauração dos barcos tradicionais. “É um projecto aliciante porque o clube vai ficar com melhores condições. Esperamos que as coisas avancem e que a Câmara abra o concurso público”, finalizou o presidente.
CURIOSIDADE
O cais da Moita foi construído em 1722 e foi perfilado ao Norte no sentido de que todos os barcos que nele estejam atracados já se posicionem na rota Norte. O cais também resistiu ao terramoto de 1755. Em 1820 navegavam pelo Tejo cerca de 3 mil canoas típicas. Hoje existem pouco mais de 40.
A Regata do Atlântico Azul
No passado dia 15, o Centro Náutico Moitense promoveu a Regata do Atlântico Azul. Ao todo, cerca de 20 barcos típicos participaram da competição que teve a sua partida no Gaio Rosário (concelho da Moita) às 8 horas da manhã, com chegada ao Seixal por volta das 13 horas. Após a competição foi oferecido um almoço convívio aos participantes e a entrega dos prémios ocorreu às 15h30 na Associação Náutica do Seixal. Além dos troféus aos primeiros colocados e dos atribuídos diplomas de participação, foram sorteadas, entre os competidores, três viagens a Bruxelas. Quanto à parceria com o Seixal, o presidente do Centro Náutico, João Gregório, explicou a importância do empenho dos dois concelhos para a divulgação da actividade náutica através dos barcos tradicionais. “Estamos empenhados em divulgar a nossa actividade, mas, se estivéssemos fechados no concelho, isto não iria acontecer. O Seixal também tem tradição histórica relacionada com os barcos típicos. Assim sendo, é importante sensibilizar as Câmaras Municipais dos concelhos, no sentido de nos ajudarem na grande divulgação dos barcos tradicionais. Ao fim ao cabo, estamos a ligar dois concelhos e a desenvolver toda a actividade dos barcos tradicionais”, justificou.»
Por GABRIELA NOGUEIRA, in [JORNAL MARGEM SUL], edição de 17-Ago-2007.

1 comment:

A Memória said...

Agradecimento:
como na notícia, certamente por falta de espaço, só se fala em Câmaras e o seu papel tem, ùltimaente, por razões compreensíveis, sido muito, muito, muito discreto, vale a pena lembrar e agradecer aos patrocionadores da sociedade civil:
o "el corte inglês",o "millennium-bcp", o "iade", a "riberalves", o o "atlanticoazul.blogspot", e a "Mútua dos pescadores".
Deve ser dito que sem estes patrocínios não seria de todo, mas de todo, possível nem fazer esta regata, nem as anteriores, nem a próxima "real regata das canoas" e presumivelmente, nem ter o Centro Náutico Moitense com actividade.
Com a lembrança fica um grande agradecimento e a esperança de contar no futuro com uma intima colaboração com estas instituições.
Precisão:
Nos últimos anos foram construídas quatro canoas. Duas na Moita, a "Gavião dos Mares" e a "Nina", a grande vencedora!. Duas em Sarilhos Pequenos,no estaleiro do Mestre Jaime a "Esperança", e no quintal de uma casa particular, a "Galdéria" que ficou em terceiro lugar!.
Está em construção na Moita uma quinta que se chamará "Alegria do Tejo".
Foi recuperada, este ano, uma canoa a "Salvaram-me", outra foi reposta a navegar em melhores condições,com o nome de "Marta Fiulipa". E um catraio, o "Luar do Tejo" foi totalmente refeito por um jovem de dezaseis anos.
Nenhuma das embarcações recebeu qualquer ajuda monetária do Centro, nem foram construídas pelo Centro Náutico Moitense.
Foram concebidas e concretizadas pelos seus actuais proprietários com a ajuda técnica, colaboração e empenho de sócios do Centro e de outras Associações.
Temos até uma estreita colaboração com a margem norte e não acreditamos nessa dicotomia norte sul num estuàrio. Estivémos presentes, pela primeira vez, na Nauticampo em Fevereiro, com o catraio "Primavera" pela mão da Associação Náutica da Marina do Parque das Nações que tem os mesmos problemas de assoreamento que existem nas duas margens. Agradecemos ao Presidente desta Associação ser sócio do Centro e ter participado na regata e em todos os acontecimentos na Associação Náutica do Seixal.
O Centro Náutico Moitense criou o ambiente para que haja recuperação do número de canoas do Tejo e para que trabalhemos como um só.
Por isso, a todos agradecemos por igual, porque cada um dá de acordo com as suas possibilidades, e com todos, trabalhamos com entusiasmo.
bem-hajam por tudo e pela notícia!!!
ACIMA DE TUDO BEM-HAJA SAILOR GIRL!
SEM SI E SEM ESTE BLOGUE NÃO HAVERIA ESTA REGATA!