Friday, January 16, 2009

ADENDA

O velório realiza-se hoje, dia 16 de Janeiro de 2009, na Capela de São Roque (sita nas instalações da Armada, com entrada pela Praça do Município em Lisboa) das 14h30 às 19h00, ou pela entrada pela ribeira das naus junto ao Rio Tejo. A missa realiza-se amanhã, dia 17 de Janeiro de 2009, às 10h00, seguindo para o Cemitério de Oeiras.

2 comments:

Small City Scenes said...

Place a rose for me. MB

Anonymous said...

«Um militar que brilhou como oficial e académico

Vice-chefe do Estado-Maior da Armada no final dos anos 1980, o almirante António Sacchetti viu-se reconhecido como académico ao entrar na Academia de Ciências.

A polémica em torno da aquisição de novos submarinos para a Armada portuguesa teve, no almirante António Ferraz Sacchetti, o melhor dos defensores do projecto.

"Ele foi a única pessoa que, logo na sequência do meu artigo [crítico] no DN, escreveu um texto muito elegante e com uma argumentação forte", também no DN, a defender a compra dos submarinos, recordou ontem o general Loureiro dos Santos.

"Fiquei encantado" com a qualidade do debate, apesar da profunda divergência de opiniões, adiantou o ex-ministro da Defesa, lamentando o desaparecimento de uma "figura que marcou, na Marinha e nas Forças Armadas, uma época de renascimento do pensamento militar estratégico" português.

António Emílio de Almeida Azevedo Barreto Ferraz Sacchetti morreu ontem, em Lisboa. Nascido em Aveiro, a 02 Dezembro de 1930, frequentou a Universidade de Coimbra e depois entrou na Escola Naval em Setembro de 1949. Três anos depois, obteve o Prémio de Aprumo Militar.

Em termos de vida militar, navegou cerca de 7400 horas como oficial, tendo estado em Angola, Moçambique – onde foi capitão do porto de António Enes (1960/65) – e Guiné. Nos Açores, no biénio 1966/67, comandou o patrulha Boavista nos Açores. Nos anos seguintes prestou serviço no quartel-general da NATO em Oeiras e, de 1971 a 1973, no Comando Chefe da Guiné (onde estreitou os laços de amizade com o general Pedro Cardoso). Contudo, foi como professor que se destacou.
Apesar de ter um familiar como inspector superior da PIDE, António Sacchetti não foi alvo de represálias na sua carreira militar pós-25 de Abril, de acordo com oficiais que lidaram com aquele militar – que foi vice-chefe do Estado-Maior da Armada (1988/89).

No plano académico, António Sacchetti coroou a sua vida como sócio correspondente da Academia das Ciências", em 2008, salientou Loureiro dos Santos. Autor de dezenas de livros e artigos sobre Estratégia, Defesa e Segurança, o almirante presidia à Academia de Marinha desde 2004.

Professor catedrático em várias universidades, foi membro da Sociedade de Geografia, secretário-geral da Academia Cultural, presidente do Instituto Português de Conjuntura Estratégica, sócio da Revista Militar e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

A morte de António Ferraz Sacchetti faz desaparecer "uma figura de muito prestigio", sublinhou o vice-almirante Reis Rodrigues, realçando "a forma como conseguiu conciliar a carreira de oficial de Marinha com a carreira de académico, com sucesso em ambas, o que é sempre difícil".»

MANUEL CARLOS FREIRE,
in Diário de Notícias
16 de Janeiro de 2009